Thursday, May 1, 2008

Luz escura

A luz entra pela janela
É quente e acolhedora
Quero segui-la,
Saltar pela janela,
Tirar os óculos e deixar-me ofuscar por ela.

Atrás alguém me chama,
Traz consigo uma lanterna.
Eu não respondo,
Caminho em frente,
Ignorando as palavras que se propagam no ar vazio.

Alguém me agarra,
Reclamo o braço que me pertence sem olhar para trás,
Não me vão impedir,
Não vão conseguir,
Não há maneira de não a seguir.

Tudo gira, fecho os olhos por momentos.
Quando os abro vejo a luz,
A luz escura da lanterna que alguém agarra:
‘Vamos, sai do escuro’.
Olho em volta, só vejo um muro.

Para onde foi?

Aproximo-me do muro.
Toco-lhe, primeiro a medo,
E depois, já com confiança,
Dou-lhe murros até me doerem as mãos.
Para onde foi? Para onde foi?
‘Vamos, sai do escuro.’