tag:blogger.com,1999:blog-76153778989358269722024-02-07T18:04:00.864+00:00Crónicas de uma vida por viverCarminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-85231871032656121322012-04-04T21:56:00.000+01:002012-04-04T21:57:07.059+01:00LisboaLisboa, aquela cidade que amo.<br />Pelas suas ruas movimentadas,<br />O sentimento de estar em casa,<br />De pertencer a ti,<br />Cidade de recantos escuros e frios<br />Que me aquece a alma.<br />És alma, és canção, és fado,<br />És vida. Minha Lisboa.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-58218297058107869232012-04-04T21:55:00.000+01:002012-04-04T21:56:24.369+01:00DistânciaEnvolvida no teu abraço<br />Não quero estar em mais nenhum lugar;<br />Libertas-me do cansaço<br />És a razão de meu respirar.<br /><br />Meu amor, se de ti me bastasse um pedaço...!<br />Feliz ficaria só por te poder falar.<br />Mas assim, meu coração viraria aço<br />Se a ti, por completo, não to pudesse dar.<br /><br />Resta-me então, para meu embaraço,<br />Confessar que para sempre te quero amar,<br />Mas nem assim, por força do espaço,<br />Te posso agora beijar.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-46611516754099261822012-02-26T15:54:00.004+00:002012-02-26T16:32:11.720+00:00Ensaio sobre a surdez (porque sobre a cegueira seria cliché)Desculpem. Desculpem lá se não gosto de brejeirices e afins que hoje em dia são utilizadas de forma completamente gratuita. As pessoas parecem ter ganho o mau hábito de considerar o que costumava ser "má educação" recursos recorrentes do seu discurso normal. O que é que mudou? Certamente não foi o significado dos termos...<br /><br />Dantes dizia-se que era algo cultural no Norte (não que todas as práticas culturais sejam éticas ou correctas: tenho a certeza de que muitos, sem demora, me diriam numa frase recheada de asneiras que as touradas são isto e aquilo, ou que o apedrejamento das mulheres na arábia saudita também é "correctíssimo" - ah, e só para que conste, agora passou de apredejamento a enforcamento- e que quem concorda com este tipo de práticas são [*inserir todos os nomes ofensivos mas perfeitamente normais que conseguem arranjar*]). De qualquer forma, se os do Norte tinham a "desculpa" de ser cultural, qual é a NOSSA desculpa? É mesmo só porque sabe bem adaptar uma linguagem mais brejeira? É que, sinceramente, o que falta mesmo neste país é educação, a todos os níveis, e secalhar começar pelas pequenas coisas como esta não era má ideia. Digo eu. Mas quem sou eu, armada em pudicazinha não é?<br /><br />Porque de facto, "eu uso asneiras mas sou uma pessoa extremamente diferenciada, poque se estiver a falar com um professor uso todos os termos correctos e intelectuais, e a linguagem mais rude é só entre amigos, assim para tornar tudo mais pessoal e familiar". I mean, REALLY? Isso é o quê, acharem que os vossos amigos não merecem tanto respeito como os professores? Não, claro que não. Nem eu cairia no risco de achar que algum de vocês pensava de tal forma. Para vocês é uma linguagem completamente normal, nada desrespeitosa, sendo mesmo um sinal de confiança. Pois gostava de saber se foram as vossas mães que vos ensinaram isso (algumas até não tenho dúvidas, mas eu dirijo este texto aos meus amigos, não a filhos de gente que não conheço de lado nenhum, porque ai cada um sabe de si... Infelizmente).<br /><br />E depois argumentos como "ah, e tal, uma asneirinha bem empregada até dá valor a uma frase" - dá valor dá, e com isto se cria cada vez mais uma rotina em que tudo é permitido, criam-se os "novos valores", e depois ve-se miúdos de 13 anos a dizer asneiras para os professores (e não só) - porque não se esqueçam, se alguns de nós ainda temos noção do que se deve dizer à frente de certas pessoas, com o corrente uso de todos os termos possíveis e imagináveis, essa "noção", esse "bom senso" (o pouco que ainda há) vai-se perdendo, de forma a que só alguns (muitas vezes os mais velhos) realizam a falta de tudo que este tipo de linguagem representa. Agora pensem como será daqui a uns anos, em que estes miúdos mal criados (ou será que não?) serão os professores a ensinar os VOSSOS filhos. De facto, é bom que não tenham os mesmos problemas que eu, ao menos para vocês não será mais que a evolução natural das coisas.<br /><br />E o mais engraçado? O mais engraçado é que nem sei porque ainda me dou ao trabalho de me queixar, já que me diz a minha experiência ser completamente escusado. Para a próxima farei um verdadeiro ensaio sobre a surdez - certamente estarei muito mais bem disposta.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-6831412725947884712010-12-27T03:59:00.002+00:002010-12-27T04:12:28.393+00:00O que te aconteceu<div>Eras tanto, eras tudo</div><div>E agora não és nada.</div><div>Como é possível desabar tudo assim?</div><div>Porque me aconteceu isto a mim?</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><b>...Será alguma piada que me passa ao lado,</b></div><div><b>Ou estarei simplesmente a endoidecer?</b></div><div><b>Não sei, não quero saber...</b></div><div><b>Oxalá não me custasse tanto a adormecer.</b></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-19609887459342432152010-12-13T11:28:00.000+00:002010-12-13T11:32:44.198+00:00PerdidaCompletamente à deriva na imensidão<br />Do tempo, do espaço, do ser.<br />Como me fui eu aqui perder?<br /><br />Procuro desbravar caminhos para o ponto de partida<br />Que há muito deixei para trás,<br />Aquele local que tão bem conheci,<br />Onde tão alto sonhei, onde tão em casa me senti<br />E onde parte de mim agora jaz.<br /><br />Sinto falta daquele sentimento de segurança,<br />Aquela fé indubitavelmente minha que,<br />Com o seu lado negro, conseguia mais longe chegar,<br />Ignorava limites e fronteiras, e sabia,<br />Sabia que o que queria não tardaria a alcançar.<br /><br />Mas onde foste tu? Porque me deixaste aqui,<br />Sem alma, sem vontade, desconhecendo e estranhando este outro ser<br />Que agora se apodera da minha mente e age por mim...<br />Deixando-me apenas com este sentimento de nojo. Puro nojo daquilo em que me tornei.<br />Porque não sou eu, nunca fui e nunca seria...<br />Se o não fosse agora.<br /><br />Hei-de te encontrar. Hei-de me encontrar.<br />Novamente.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-34188442011638369952010-10-16T02:48:00.005+01:002010-10-16T03:12:37.874+01:00SerenidadeDias e dias passados,<br />Perdida por caminhos hipotéticos da visão do ser<br />Como se de um assombro se tratasse<br />E na busca qual mendigo implorasse<br />Por um plano de viagem,<br />Um texto pontuado por fim<br />E para fim pôr;<br />Tal era o estado que já nem sentia dor.<br /><br />Quiçá desdobrada em repentinas vozes<br />Pela pluralidade do discurso efémero,<br />Uma maré de fantasmas tudo tomou,<br />E arrastando destroços o barco afundou.<br /><br />E na escuridão profunda que fingia ser luz<br />Surgiu o vazio que, curiosamente, seduz.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-53500431605584002472010-07-26T23:08:00.004+01:002010-07-26T23:40:30.858+01:00Sem títuloFruto da ingénua semente<br />Enquanto criança implantada,<br />Numa pura inocência instiga<br />Idelizar, planear, sonhar.<br /><br />Poderá algum dia mero mortal<br />Alcançar o supremo infinito,<br />Quando tão elevada foi a fasquia<br />Que já há muito foi lançada?<br /><br />Se tal é a ilusão,<br />Capaz de inigualável felicidade,<br />Muito não durará:<br />Será para breve a desilusão.<br /><br />E então,<br />Como que se todo o sofrimento houvesse sido em vão,<br />Quebra de novo o silêncio profundo,<br />O bater de um coração.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-43172670513108143852010-06-27T00:44:00.004+01:002010-06-27T01:29:05.809+01:00CegueiraUma conversa entre cegos<br />Toma lugar num mundo à parte,<br />Num local sem fronteiras,<br />Uma bolha fechada onde não existem barreiras.<br /><br />Por cada palavra um raio de ilusão,<br />Por cada gesto uma esperança em vão,<br />Um resquício de vida numa angústia perdido<br />Procura o caminho, não quer ser esquecido.<br /><br />E aquela angústia de saber mas não querer ver,<br />Aquela dor que docemente corrói e desgasta o ser,<br />Do cego nada tem a consumir:<br />O cego é cego e, mesmo que quisesse,<br />Não podia ver.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-79565197003081481152010-06-05T23:54:00.003+01:002010-06-05T23:58:03.853+01:00Passado DistanteOlho para ti e relembro a alegria que um dia senti.<br />Parece ter sido uma outra vida essa<br />Em que rindo trocávamos olhares e pareceres<br />Faziamos bem mais que juntar palavras<br />E numa frase expressávamos bem mais que dizeres.<br /><br />Hoje penso em tudo o que perdi,<br />Tudo o que podia ter sido mas não o é,<br />Tudo o que sendo eu sem o ser vivi.<br />Não, talvez não devesse ser diferente<br />E o que é seja o que deve ser.<br /><br />Afinal, tudo o que foi parece tão simples,<br />Tão bonito e precioso,<br />Mas, qual poeta defunto relembrado,<br />Só assim o é<br />Por ser passado.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-4466887458416433052010-04-26T18:11:00.006+01:002011-01-16T02:28:58.553+00:00Analogia dos RuídosCom um estetoscópio numa mão<br />E noutra uma dose de ilusão<br />Começo eu a preparação<br />Para explorar o que diz o teu coração<br /><br />Começa o exame<br />Sinto-me sob pressão<br />Tum-tum, tum-tum<br />Mas que grande confusão<br /><br />1º ruído, 2º ruído<br />2º ruído, 1º ruído<br />Se há algo mal<br />Não sei não<br /><br />"Bem, vamos lá medir a tensão."Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-53427425423077163062010-04-26T17:35:00.002+01:002010-04-26T17:52:08.760+01:00PesadeloQue coisa é esta<br />Que quer de mim<br />Porque me assombra<br />E persegue assim?<br /><br />Deixa-me em paz<br />Desaparece daqui<br />Porque fazes isto<br />Que te fiz eu a ti?<br /><br />Queres que te ouça?<br />E ai vais parar?<br />Queres que saiba<br />Que algo te vai matar?<br /><br />Que sentimento mais triste,<br />Sinto-me afundar,<br />Mas quem és tu?<br />Não consigo relembrar.<br /><br />És o fantasma do futuro,<br />Isso não chega.<br />Choro por ti<br />Mas não consigo ver-te o rosto.<br /><br />Algo que perdi?<br />Algo que vou perder?<br />Alguém ligado a mim?<br /><br />Não percebo, não entendo<br />Porquê estas lágrimas?<br />Quem és?<br />Sinto que...<br /><br />Oh meu Deus...<br />Desculpa ter esquecido de ti,<br />Desculpa só agora perceber<br />Tudo o que me estavas a tentar dizer.<br /><br />E agora... É tarde demais?Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-40486372822921617042010-03-20T02:46:00.003+00:002010-03-20T03:03:51.933+00:00AcreditarForte a vontade que tenho<br />Que me leva por tudo o que faço,<br />Não há muitos como este meu empenho,<br />Que tantas vezes me leva ao cansaço.<br /><br />Se de poder escolher padeço,<br />Fico indiferente e desfaleço,<br />Maldita razão que te fostes<br />Não me queres ver pensar.<br /><br />Olho para mim no meu enleio,<br />Nada parece mais que um devaneio,<br />Só penso no que quero até que, por fim,<br />Me lembro do que é amar.<br /><br />E é assim,<br />Gosto de acreditar que o farias por mim.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-7672613457815947002010-03-18T17:24:00.003+00:002010-03-18T17:32:22.093+00:00"Beauty is in the eyes of those who see it"<div align="right"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdY0Pvl4LqFQzTKqodHUGTBr939x9rfFK8nQ-C4reRBa2m33VsWd1BezFOOsoUWhCWOuVZaf5amO9TSWqpAC7sZQovhjk3CbZ_3u2h6lKUzHcOuaHE6g4T16bigEFeskoZQqV_4bM8hE8/s1600-h/VanGoghBranchesAlmondTree+%3D).jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 380px; DISPLAY: block; HEIGHT: 230px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5450026188509423202" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdY0Pvl4LqFQzTKqodHUGTBr939x9rfFK8nQ-C4reRBa2m33VsWd1BezFOOsoUWhCWOuVZaf5amO9TSWqpAC7sZQovhjk3CbZ_3u2h6lKUzHcOuaHE6g4T16bigEFeskoZQqV_4bM8hE8/s400/VanGoghBranchesAlmondTree+%3D).jpg" /></a><em>Blossoming Almond Tree, Vincent Van Gogh</em></div><div align="right"><em></em> </div><div align="left"><span style="color:#ffffff;">... </span></div>Beauty is in the eyes of those who see it.<br /><br />Não está em qualquer coisa ou pessoa:<br />Está na maneira de olhar de cada um,<br />No sentimento despertado pela visão<br />Após breve momento de ilusão.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-59051639182737442822010-03-06T00:34:00.003+00:002010-03-06T00:47:38.608+00:00MergulharA saudade da brisa,<br />Do sol, do mar,<br />Do sabor da areia na ponta dos dedos<br /><br />Sentir a evaporação de cada gota de água,<br />O calor acolhedor,<br />E depois, novamente,<br />MergulharCarminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-81309164133971346752010-02-28T04:20:00.003+00:002010-02-28T04:49:11.546+00:00ImperfeitaDesculpa,<br />Desculpa a imperfeição do ser,<br />A capacidade que me falta, talvez,<br />Para que um dia pudesse, quem sabe,<br />Aceitar justamente o pódio<br />Que insistes em me oferecer.<br /><br />Desculpa a personalidade errante,<br />A teimosia constante, e a fúria degradante,<br />Todas as feições em mim cravadas<br />Por esta curta vida que vivi.<br /><br />E desculpa,<br />Desculpa também ser tão feliz assim,<br />Tudo menos perfeita,<br />Tudo menos ideal,<br />E, no entanto,<br />Onde sempre quis.<br /><br />E tu desculpas, sim,<br />Como não poderia deixar de ser,<br />Como que inexplicavelmente<br />E para acréscimo da minha afeição;<br />Serias incapaz de o não fazer,<br />Porque esse lugar onde estou<br />É o teu coração.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-8034291843207441282010-02-26T18:54:00.000+00:002010-02-26T19:02:01.818+00:00Felicidade de ilusãoEsta ansiedade que sinto<br />Vem do fundo do meu ser<br />É a dor de tudo querer<br />E de tudo não poder ter.<br /><br />Se por momentos me satisfaço,<br />Vejo o quardo completo,<br />Logo reparo naquele pequeno borrão<br />Tão subtil que só agora me chama a atenção.<br /><br />Não está certo, não o quero ali<br />Há que desaparecer<br />Não o posso mais ver.<br /><br />Ganho uma nova missão<br />Obstinada, entrego-me a ela<br />Dizem-me que é impossível<br />Mas não aceito um não.<br /><br />Depois da guerra<br />Vem a paz assim,<br />O borrão desapareceu,<br />A demanda chegou ao fim.<br /><br />Olho para a minha obra<br />E sinto-me feliz,<br />Consegui o que queria<br />E agora ninguém me desdiz.<br /><br />E é então,<br />Nesta felicidade de ilusão,<br />Que instintivamente detecto<br />Outro pequeno borrão...Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-18029378228952016782010-02-04T00:14:00.001+00:002010-02-04T00:27:52.200+00:00DivergênciasFalar<br />Sem certeza do que se diz<br />Esperar<br />Sem saber se algo virá<br />Pensar<br />Sem possibilidade de o não fazer<br />Gostar<br />Sem reconhecer o sentimento<br />Caminhar<br />Sem vida nem destino<br />Sofrer<br />Sem lógica ou razão<br />Escrever...<br />Sem realmente o fazerCarminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-71638826838425473712008-07-07T21:29:00.000+01:002008-07-08T01:44:26.609+01:00Sorte perdidaÉ uma questão de sorte,<br />De nada serve ser forte.<br />Perder, ganhar,<br />Sofrer, jubilar.<br />Tudo é aleatório,<br />De nada vale o oratório.<br />Neste tão grande Universo<br />Não há senhor nem Messias<br />Que deixasse passar estes dias<br />De tristeza e escuro perverso.<br /><br />Hoje me arrependo do que ontem fiz,<br />Amanhã me arrependerei se minha sorte o não desdiz.<br />Andar por aqui é um jogo de caprichos podres<br />Que tamanho prazer daria ao mais malvado,<br />Seria seu o riso depravado<br />De observar tamanha insignificância,<br />Sem vergonha se deleitaria com repugnância<br />Aquilo que um faz para agradar ao capataz.<br /><br />Por aqui não fica este fado<br />O inocente também a ele fica agarrado,<br />Na esperança branca de uma felicidade<br />E de que aconteça algo do seu agrado.<br />Pobres os que não percebem<br />Que a única coisa que desta vida recebem<br />É a vã experiência que na matéria ficará perdida<br />E pelos bichos na terra será comida.<br /><br />A solução é encontrar a sorte perdida,<br />A que por alguém significante foi concebida,<br />Mas se esse alguém não existir,<br />Para quê viver esta vida?Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-45638277268532738852008-05-01T19:06:00.001+01:002008-05-01T19:07:18.281+01:00Luz escuraA luz entra pela janela<br />É quente e acolhedora<br />Quero segui-la,<br />Saltar pela janela,<br />Tirar os óculos e deixar-me ofuscar por ela.<br /><br />Atrás alguém me chama,<br />Traz consigo uma lanterna.<br />Eu não respondo,<br />Caminho em frente,<br />Ignorando as palavras que se propagam no ar vazio.<br /><br />Alguém me agarra,<br />Reclamo o braço que me pertence sem olhar para trás,<br />Não me vão impedir,<br />Não vão conseguir,<br />Não há maneira de não a seguir.<br /><br />Tudo gira, fecho os olhos por momentos.<br />Quando os abro vejo a luz,<br />A luz escura da lanterna que alguém agarra:<br />‘Vamos, sai do escuro’.<br />Olho em volta, só vejo um muro.<br /><br />Para onde foi?<br /><br />Aproximo-me do muro.<br />Toco-lhe, primeiro a medo,<br />E depois, já com confiança,<br />Dou-lhe murros até me doerem as mãos.<br />Para onde foi? Para onde foi?<br />‘Vamos, sai do escuro.’Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-18484158982366598352008-04-30T21:45:00.001+01:002008-05-01T20:31:36.986+01:00TUPenso em ti<br />Tudo é tão vago,<br />Parece que o passado se desvaneceu<br />Só resta a folha rasgada de um caderno<br />De quando alguém se enfureceu.<br /><br />Como tudo aconteceu não sei<br />Às vezes gostava de voltar atrás<br />Gostava de voltar a gostar de ti<br />De te ver como via<br />De poder dizer que sabia.<br /><br />Sabia… Sabia sim.<br />Eu sabia quem eras,<br />Sabia o que querias,<br />Sabia o que nem tu vias.<br /><br />Agora é diferente…<br />Não te conheço,<br />Não sei quem és,<br />Não sei o que queres,<br />Não sei nem o que todos vêm.<br /><br />Estou à nora…<br />Nesta hora…<br />Em que precisava de ti.Carminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-88866374709752088192008-04-18T21:24:00.000+01:002008-04-18T21:56:32.752+01:00Relógio do tempoO tempo é uma coisa engraçada. Quando mais depressa queremos que ele passe, mais devagar tal acontece, mas quando queremos disfrutar o momento, prolongá-lo, congelá-lo eternamente, o tempo foge a uma velocidade até então inimaginável e não volta mais. Não há nenhum relógio do tempo.<br />Quando penso no futuro, é-me inevitável recordar o passado. Ainda na semana passada eu queria ir à festa da presente semana, esta semana quero ir à festa da próxima... O tempo passa e eu mal dou por isso. Lembro-me de quando tinha três anos e entrei para o infantário. Aquele primeiro dia em que o meu Universo pessoal cresceu. Não conseguia pensar num futuro tão longínquo como os meus dezasseis anos, mas passei a imaginar todos os amigos que iria fazer, mesmo sem saber bem o que esperar daquele sitio novo e desconhecido. Estranhamente era feliz; penso nunca ter sido tão feliz. Para quê querer congelar os poucos momentos perfeitos quando tudo é tão inocente e real?<br />Mas agora? Agora não só me imagino num espaço de dez anos, como num espaço de vinte ou trinta, se necessário. O meu Universo expandiu-se de um modo imesurável nos últimos anos e fez-me tomar uma perspectiva diferente da vida. Isto aconteceu de tal modo que, de cada vez que começo um pensamento deste tipo é inevitável pensar na minha morte. É estranho, parece que ganhei um medo à não-existência, ao desconhecido, ao que vem depois de tal modo que não consigo travar o meu imaginário na sua viagem pelo tempo. No entanto o erro não é temer o futuro, é não viver o presente. O passado já lá vai, não há nada a fazer, só restam memórias. O presente, esse sim, pode ser vivido, e não deve ser passado a pensar no futuro -não de uma maneira compulsiva ou stressante. Logicamente que não podemos viver o hoje sem pensar minimamente no amanhã -afinal é o hoje que garante o amanhã; estamos a fazer a cama em que mais tarde nos deitaremos. Mas se vivemos o hoje sempre a pensar no amanhã, acabamos por nunca viver o hoje, assolados sempre pelo amanhã, amanhã, amanhã. E um dia não haverá mais amanhã, a vida findará e, se nesse momento pudessemos olhar para trás e contar os 'hojes' vividos, aqueles que tinhamos passado o 'ontem' a pensar sobre, perceberiamos que eram menos do que nos tinhamos apercebido.<br />A vida passa assim, num ápice. Ontem nascemos, hoje pensamos no amanhã, amanhã morremos.<br />Quando penso nisto apercebo-me que tenho de ir com calma. A festa da próxima semana? Calma lá, ainda tenho 7 dias inteirinhos para viver até lá. E se a visão desses dias não é tão emocionante como a visão da festa? Cabe-nos a nós mudar isso - não apenas a visão, que de pouco serve, mas o dia em si.<br />Por muito cliché que isto pareça, cada um faz o eu próprio destino e deve viver-se cada dia, cada momento como se fosse o último, porque eventualmente, um dia, será mesmo. Hoje, amanhã, talvez daqui a oitenta anos... O que importa? Hoje estou aqui, a escrever os meus pensamentos, e garanto que vou fazer os possíveis para não meditar muito mais àcerca deste assunto -não penses demais, vive!<br /><br />O tempo não pára: o melhor relógio que se pode arranjar é aquele que não anda nem atrasado nem adiantado, mas sim a horas, e cujo ponteiro dos segundos leve o seu tempo, deslizando segundo a segundo, vagarosamente, até que a volta esteja completa e uma nova comece.<br /><br />CarminhoCarminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7615377898935826972.post-87980772773590414062008-04-15T19:58:00.000+01:002008-04-15T20:29:17.621+01:0016 e meio16 anos. Tenho 16 anos e meio e o que fiz eu nesses 16 anos?<br /><br />Nada... Sinto que nada fiz. Bem, logicamente que me levanto todos os dias de manhã e me deito à noite, e é lógico também que não passo o espaço de tempo entre esses dois momentos imóvel, mas tudo o que já fiz nos meus aproximados 6 mil dias de vida me parece em vão.<br /><br />O que me move é o desejo egoísta de viver, e mesmo numa ânsia de ser altruista me mostro infortunamente egoísta. Eu posso querer ser altruísta por várias razões: o maior dos clichés -mudar o Mundo, e ajudar os outros. Por muito que me custe, receio que o meu desejo de mudar o mundo seja não mais que uma reflexão do desejo subjacente de me sentir útil e realizada. Haverá algo mais egoísta? No respeitante ao ajudar os outros... Vários motivos egoístas podem assolar o meu subconsciente, movendo-me num sentido de vida útil. Um deles pode ser, mais uma vez, o desejo de realização. Outro pode ser uma tentativa de compensar o peso na consciencia por, em vários sectores ter, aos olhos de muitos, mais que a maioria das pessoas. Tudo para me sentir melhor...<br />Pergunto-me se alguma vez, por detrás da melhor das intenções, será possível encontrar nada para além dessa própria intenção.<br /><br />Espero um dia sentir-me mais concretizada que hoje, só o tempo dirá se antes de voltar à terra sentirei que valeu tudo a pena e que a minha existência não foi apenas um desperdício de atómos.<br /><br />CarminhoCarminhohttp://www.blogger.com/profile/08958760458985181717noreply@blogger.com1