Monday, July 7, 2008

Sorte perdida

É uma questão de sorte,
De nada serve ser forte.
Perder, ganhar,
Sofrer, jubilar.
Tudo é aleatório,
De nada vale o oratório.
Neste tão grande Universo
Não há senhor nem Messias
Que deixasse passar estes dias
De tristeza e escuro perverso.

Hoje me arrependo do que ontem fiz,
Amanhã me arrependerei se minha sorte o não desdiz.
Andar por aqui é um jogo de caprichos podres
Que tamanho prazer daria ao mais malvado,
Seria seu o riso depravado
De observar tamanha insignificância,
Sem vergonha se deleitaria com repugnância
Aquilo que um faz para agradar ao capataz.

Por aqui não fica este fado
O inocente também a ele fica agarrado,
Na esperança branca de uma felicidade
E de que aconteça algo do seu agrado.
Pobres os que não percebem
Que a única coisa que desta vida recebem
É a vã experiência que na matéria ficará perdida
E pelos bichos na terra será comida.

A solução é encontrar a sorte perdida,
A que por alguém significante foi concebida,
Mas se esse alguém não existir,
Para quê viver esta vida?